O MC Jorge Eli de de Souza caracterizado de Janeyde do Calçadão
O
show dela vale bem mais do que o de muita MC famosa por aí. Sabe
quanto? Uma depilação grátis numa clínica de Campo Grande, um guaraná
natural em um serviço de quentinhas e até 10% de desconto em loja de
bijuterias ou de roupas. Nas apresentações de MC Janeyde do Calçadão é
assim: o público sempre ganha desconto (e até brindes) em todas as 15
lojas divulgadas no panfleto criado pelo MC Jorge Eli de Souza, que vive
a funkeira propagandista no centro comercial. E que também distribui
risadas em forma de piadas e paródias pelas ruas.
O
resultado é o sucesso: de público, de atendimentos nas lojas e até de
reconhecimento para Jorginho, que, vestido de mulher, consegue
preencher a sua agenda de shows.
Jorge Eli retoca a maquiagem na chegada ao Calçadão de Campo Grande
—
Sou MC há 15 anos e tenho mais de 50 músicas no meu nome. Mas o
Jorginho não chama tanta atenção quanto a Janeyde. Vestido assim, as
pessoas sempre querem saber o que faço a mais. Digo que canto. E elas
me contratam — revela Jorginho.
Criada
há um ano e três meses, Janeyde dá trabalho ao MC. A média de um show
por mês, como Jorginho, passou a três por semana, como Janeyde.
O MC sai de casa, na Estrada da Cachamorra, vestido de Janeyde
MC desfila de moto e vende CDs de Janeyde
Sim,
"ela não anda, ela desfila" em sua Titan prata para chegar a tempo do
show diário no calçadão de Campo Grande, sempre das 9h às 20h. Seguindo
os versos do famoso funk "Ela é top", MC Janeyde, agora, sim, capa de
revista, também "rouba a cena, deixa os moleques babando" pelo trânsito
de Campo Grande, que, agora, também para para vê-la passar.
—
Saio de moto e de vestido. Um cara desceu do carro para tirar foto.
Pensei que era assalto — conta Jorginho, que mora na Estrada da
Cachamorra.
Em
terra firme, ele distribui o panfleto das lojas deixando uma das
caixas de som, presas à cintura, ligada. Dela, saem paródias como: "Ela
não anda, ela voa. Ela é magra, parece uma vassoura. Feia demais,
parece o incrível Hulk. Já quebrou vários espelhos testando sua baby
look".
— Eu aproveito para vender o CD e o DVD da MC Janeyde — conta Jorginho, empolgado, que é casado e tem dois filhos.
Enquanto distribui o panfleto das lojas (recheados de brindes), MC Janeyde brinca com o público do Calçadão de Campo Grande
Músicas em playback com piadas ao vivo
O
show musical de Janeyde do Calçadão é sempre em playback, já que as
paródias das músicas tocam em uma das duas caixas de som presas à
cintura. Na outra ela entra ao vivo, fazendo piadas por um microfone de
boca.
"Tá
dirigindo sem habilitação, né. Cadê o capacete?" pergunta a uma mulher
com carrinho de compras, já entregando o panfleto das lojas. "Fecha a
boca! Vai engolir o quê?", aborda outra.
A
ideia de criar um panfleto único, para todas as lojas, é de Jorginho.
Foi a forma que encontrou para atender vários comerciantes ao mesmo
tempo.
—
Comecei com uma imobiliária. No mesmo dia recebi nove propostas. Seria
uma loja por semana. Mas todos me quiseram todos os dias — lembra.
E
ele só abriu concorrência a si mesmo quando soube que uma mulher,
contratada na loja de perfumes onde trabalhava, jogou fora cinco mil
panfletos. "Se é assim, eu faço", disse aos proprietários.
— E propus às lojas brindes para os clientes que chegarem com o panfleto.
Jorge Eli em um ensaio fotográfico pessoal
Clientes já contratam para festas e eventos
Se
o reconhecimento na carreira artística era um dos seus sonhos antigos,
MC Jorginho conseguiu. Não é, não dona Vanda Queiroz, de 56 anos?
— Ele animou o aniversário de 4 anos da minha neta. As crianças adoraram. Vai animar o de sete também — determina.
A gerente da Pello Menos de Campo Grande, Bruna Nunes, também elogia.
— Como ficamos no segundo andar, ele atrai de 100 a 200 clientes a mais para nós — calcula.
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