quarta-feira, 31 de julho de 2013

Trens suburbanos farão ligação de Santa Cruz à Itaguaí

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O Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) do Rio de Janeiro, quer que a concessionária Supervia seja responsabilizada pela ocupação do trecho ferroviário que liga o município à Santa Cruz, onde foram construídas casas que poderão ser demolidas. Itaguaí também pode ser ligada à Mangaratiba, por trem, pois está no contrato de concessão da malha ferroviária da região operada pela MRS Logística no transporte de minério. O contrato não é respeitado há muitos anos.

O vice-presidente do Crea-RJ, Luiz Antônio Concenza, participou do grupo de que acompanhou o senador Lindberg Farias em sua visita à Câmara de Itaguaí, onde foi receber a medalha de Honra ao Mérito São Francisco Xavier. Falando sobre o crescimento da cidade e de melhor transporte público, o engenheiro considerou inevitável o projeto de esticar o ramal de Santa Cruz, da Supervia, até o município, beneficiando não só os moradores com um transporte mais barato e rápido. Mas, sim, às empresas que estão instaladas no Distrito Industrial de Santa Cruz que gastam muito dinheiro com o transporte dos funcionários através de ônibus fretados. Neste caso estão a Casa da Moeda, a Companhia Siderurgica do Atlântico (CSA) e a Gerdau, como os maiores exemplos. Os trens suburbanos iriam contribuir para a diminuição dos gastos anuais com a locomoção dos funcionários, tornando-se um atrativo maior para que essas empresas possam participar de uma parceria público-privada. Este programa de reestruturação da malha ferroviária para a região faz parte da ação pretendida pelo senador petista e chegou a ser citado, também, pelo vice-governador Luiz Fernando Pezão, durante evento patrocinado pela Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
” Em relação ao trânsito, ao transporte, Itaguaí é uma cidade que não cresceu o suficiente.  Esses são os maiores problemas da cidade. A gente tem debatido muito essa questão de mobilidade. E uma das questões que estamos debatendo no Crea é a volta do trem para Itaguaí. Sem dúvida nenhuma isso é fundamental para a cidade”, acrescentou Concenza, explicando que, se o trecho foi ocupado por um bairro inteiro (Conjunto João XXIII) a concessionária, no caso a Supervia, deverá ser responsabilizada por isso.

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“Esse trecho foi entregue à concessionária. O estado tem que responsabilizar a empresa que não tomou conta da faixa. Se é para desenvolver a região, se invadiram a faixa (trecho da linha ferroviária) ou não, tem que ser desapropriada. Eu não tenho nenhuma dúvida. O que não pode é prejudicar toda uma região por causa de moradores que invadiram a faixa. Isso, no entanto, não depende do Crea”, explica.
Concenza diz que isso faz parte do pensamento da coordenação do programa de Lindberg, que é pré-candidato ao governo fluminense nas eleições de outubro de 2014. E que também é pensamento do senador trabalhar para a construção da Linha 3 do Metrô, que chegará ao município de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. No caso de Itaguaí, o que as indústrias estão gastando para transportar funcionários fariam com que elas participassem pagando a reforma da linha férrea. ” Elas gastam um dinheiro absurdo por ano”, frisa.
"O trecho Santa Cruz-Itaguaí tem que retornar, não tenho dúvida. E para chegar à Mangaratiba será mais fácil, por que a linha está lá. No próprio contrato de concessão da carga (explorado pela MRS Logística, ligando o porto de Itaguaí à Região Sul Fluminense e Minas Gerais) está o item que obriga, que tem que ter um par de trens de passageiros. E isso nunca foi cumprido. Na concessão do transporte de carga foi colocado esse item, obrigando que a empresa tem que deixar passar o trem de passageiro, um par por dia, em horas de pico. Tem que ser uma coisa a ser vista pela agência reguladora do setor. Isto são questões de políticas públicas que tem que ser resolvidas. O crescimento de Itaguaí merece mais políticas públicas melhores do que ela tem hoje. O trem hoje, junto com a educação e a saúde, são os maiores problemas que desse país. Se o transporte fosse bom ninguém estaria reclamando de R$ 0,20 a mais. É a qualidade do transporte que é ruim”, completa Concenza.

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