O
Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) do Rio de
Janeiro, quer que a concessionária Supervia seja responsabilizada pela
ocupação do trecho ferroviário que liga o município à Santa Cruz, onde
foram construídas casas que poderão ser demolidas. Itaguaí também pode
ser ligada à Mangaratiba, por trem, pois está no contrato de concessão
da malha ferroviária da região operada pela MRS Logística no transporte
de minério. O contrato não é respeitado há muitos anos.
O
vice-presidente do Crea-RJ, Luiz Antônio Concenza, participou do grupo
de que acompanhou o senador Lindberg Farias em sua visita à Câmara de
Itaguaí, onde foi receber a medalha de Honra ao Mérito São Francisco
Xavier. Falando sobre o crescimento da cidade e de melhor transporte
público, o engenheiro considerou inevitável o projeto de esticar o ramal
de Santa Cruz, da Supervia, até o município, beneficiando não só os
moradores com um transporte mais barato e rápido. Mas, sim, às empresas
que estão instaladas no Distrito Industrial de Santa Cruz que gastam
muito dinheiro com o transporte dos funcionários através de ônibus
fretados. Neste caso estão a Casa da Moeda, a Companhia Siderurgica do
Atlântico (CSA) e a Gerdau, como os maiores exemplos. Os trens
suburbanos iriam contribuir para a diminuição dos
gastos anuais com a locomoção dos funcionários, tornando-se um atrativo
maior para que essas empresas possam participar de uma parceria
público-privada. Este programa de reestruturação da malha ferroviária
para a região faz parte da ação pretendida pelo senador petista e
chegou a ser citado, também, pelo vice-governador Luiz Fernando Pezão,
durante evento patrocinado pela Firjan (Federação das Indústrias do Rio
de Janeiro) em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
”
Em relação ao trânsito, ao transporte, Itaguaí é uma cidade que não
cresceu o suficiente. Esses são os maiores problemas da cidade. A
gente tem debatido muito essa questão de mobilidade. E uma das questões
que estamos debatendo no Crea é a volta do trem para Itaguaí. Sem
dúvida nenhuma isso é fundamental para a cidade”, acrescentou Concenza,
explicando que, se o trecho foi ocupado por um bairro inteiro
(Conjunto João XXIII) a concessionária, no caso a Supervia, deverá ser
responsabilizada por isso.
“Esse
trecho foi entregue à concessionária. O estado tem que responsabilizar
a empresa que não tomou conta da faixa. Se é para desenvolver a
região, se invadiram a faixa (trecho da linha ferroviária) ou não, tem
que ser desapropriada. Eu não tenho nenhuma dúvida. O que não pode é
prejudicar toda uma região por causa de moradores que invadiram a
faixa. Isso, no entanto, não depende do Crea”, explica.
Concenza
diz que isso faz parte do pensamento da coordenação do programa de
Lindberg, que é pré-candidato ao governo fluminense nas eleições de
outubro de 2014. E que também é pensamento do senador trabalhar para a
construção da Linha 3 do Metrô, que chegará ao município de São
Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. No caso de Itaguaí, o que as
indústrias estão gastando para transportar funcionários fariam com que
elas participassem pagando a reforma da linha férrea. ” Elas gastam um
dinheiro absurdo por ano”, frisa.
"O
trecho Santa Cruz-Itaguaí tem que retornar, não tenho dúvida. E para
chegar à Mangaratiba será mais fácil, por que a linha está lá. No
próprio contrato de concessão da carga (explorado pela MRS Logística,
ligando o porto de Itaguaí à Região Sul Fluminense e Minas Gerais) está o
item que obriga, que tem que ter um par de trens de passageiros. E
isso nunca foi cumprido. Na concessão do transporte de carga foi
colocado esse item, obrigando que a empresa tem que deixar passar o
trem de passageiro, um par por dia, em horas de pico. Tem que ser uma
coisa a ser vista pela agência reguladora do setor. Isto são questões
de políticas públicas que tem que ser resolvidas. O crescimento de
Itaguaí merece mais políticas públicas melhores do que ela tem hoje. O
trem hoje, junto com a educação e a saúde, são os maiores problemas que
desse país. Se o transporte fosse bom ninguém estaria reclamando de R$
0,20 a mais. É a qualidade do transporte que é ruim”, completa
Concenza.
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