Vereador Marcelino D´Almeida, autor da lei que divide a Zona Oeste explica que o projeto teve como base as diferenças socioeconômicas preexistentes nessa área da cidade
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Vereador Marcelino D'Almeida fala sobre o projeto de
lei que divide a ZO em Norte e Sul; Leste e Oeste/ Divulgação
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A lei que delimita Zona Oeste em áreas Norte e Sul deverá ser discutida,
novamente, na Câmara Municipal do Rio, pois no mês de dezembro não houve parlamentares
suficiente na sessão para discussão do projeto.
Quando aprovada em primeira instância, no dia 02 de agosto do ano
passado, a proposta estava incompleta, por isso, entendia-se que lugares como Barra da Tijuca e Jacarepaguá deixariam de
fazer parte da Zona Oeste do Rio.
Em segundo momento, a Câmara optou pela delimitação Oeste-Sul e
Oeste-Norte. A parte Sul engloba Barra, Recreio e Jacarepaguá e a Norte abrange bairros
como Campo Grande, Bangu e Realengo.
O vereador Marcelino D´Almeida
(PP), autor do projeto, explica que a proposta foi criada com o intuito de
tornar mais justa a administração da verba destinada a Zona Oeste da cidade,
uma vez que, essa área abrange bairros completamente diferentes uns dos outros,
em termos de socioeconomia.
— A Zona Oeste ocupa mais
da metade do Município do Rio. Tem a área que chamamos de AP4 que abrange Barra
até Jacarepaguá e entorno e a AP5, que envolve, basicamente, a área imensa de
Deodoro até Santa Cruz.
— O que notamos é que os bairros que compõem a AP5 precisam de maiores investimentos, por sua situação econômica e,
até mesmo, pela sua maior extensão. E foi, justamente, por isso que criamos
esse projeto de lei. Não quero dividir a
Zona Oeste, apenas delimitar essas duas áreas para que haja melhor fiscalização
da verba direcionada a esta parte do município — explica o vereador.
As últimas explicações de Marcelino
D´Almeida sobre o tema apresentam contradição em relação ao texto inicial
de sua proposta. Na justificativa oficial da lei, apresentada a Câmara Municipal,
o vereador afirma ser uma “confusão” dizer que Barra da Tijuca e Jacarepaguá
fazem parte da Zona Oeste.
— Esta
proposição tem por finalidade resgatar os bairros que compõem a abrangência da Subprefeitura da Zona Oeste, como os
únicos que delimitam verdadeiramente essa região da Cidade, para que não mais
se faça a confusão de dizer que os bairros da Barra da Tijuca e Jacarepaguá
também pertencem a região da zona oeste.
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Vereador Paulo Pinheiro (PSOL) colocou seu ponto de vista em relação ao projeto/ Divulgação |
— Isso é um absurdo completo. Alguns vereadores
daquela área querem dividir ainda mais a cidade. Na cabeça das pessoas já há
uma divisão da zona oeste pobre e da zona oeste rica. Isso oficializaria essa
ideia. Para que serve isso, para criar mais subprefeituras e cargos
comissionados — diz o vereador Paulo Pinheiro (Psol).
O professor
de geografia Luiz Mendez, que trabalhou na Fundação Unificada Campograndence
(FEUC), mostrou-se contrário a divisão. Para ele a subdivisão que delimita a
Zona Oeste por áreas de planejamento, a AP4 e a AP5 são suficiente para que a
verba direcionada a estes locais tenham investimentos corretos.
Ouvimos também um universitário, o formando em geografia
Eduardo Pereira ressaltou:
— O conceito
de divisão está na cabeça dessas pessoas que enxergam um Rio polarizado onde o
pobre e o rico precisam estar separados. Esse pensamento só agrava mais ainda a
desigualdade social.
Segundo dados do Instituto Rio,
a Zona Oeste possui o pior Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) do município. Porém, a Barra da Tijuca apresenta
desenvolvimento muito elevado em relação aos demais bairros da mesma Zona, com
o valor de 0,959, um número superior ao do bairro de Copacabana (Zona Sul), que
tem IDH 0,956.
(O IDH é um índice que mede
a qualidade de vida oferecida à população).
Reportagem: Maylaine/Daniel
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