O corpo de Ewerton Luiz da Cruz Neves foi exumado no cemitério de Santa Cruz
Peritos
do IML não encontraram projéteis nos corpos de Ewerton Luiz da Cruz
Neves e Douglas Vinicius da Silva na perícia de exumação, feita nesta
quinta-feira à tarde. Assim, não será possível fazer o confronto
balístico com as armas usadas pelos agentes que participaram da operação
policial na Favela do Rola, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio.
Os
cadáveres de Ewerton, que estava no cemitério de Santa Cruz, e de
Douglas, sepultado no cemitério de Irajá, foram levados nesta
quarta-feira ao IML e devem ser enterrados novamente nesta sexta.
O
pedido da exumação, feito pela Corregedoria Interna da Polícia Civil
(Coinpol) com parecer favorável do Ministério Público, se baseou no
laudo de necrópsia assinado pela perita Áurea Torres.
Segundo
ela, havia ferimentos apenas com orifícios de entrada nos dois corpos.
E só não foi possível encontrar projéteis nos cadáveres porque o
aparelho de raios X não estava funcionando.
O
EXTRA divulgou as imagens da operação em 11 de maio, mostrando agentes
removendo corpos do local do crime. Dois dias após a divulgação do
vídeo, a Coinpol começou a investigar o caso. A ação, feita em 16 de
agosto do ano passado pela Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e
pelo Serviço Aeropolicial (SAer), deixou cinco mortos.
‘Foram executados’, diz perito
O
EXTRA, que teve acesso ao laudo de necrópsia nos cadáveres, consultou
três especialistas. Para o perito legista aposentado Levi Inimá de
Miranda, os laudos foram “superficiais, cheios de falhas e omissões”.
Mas mostram que os tiros que mataram Ewerton e Douglas foram dados por
atiradores de uma das aeronaves do Serviço Aeropolicial (SAer). Segundo
ele, o tiro no peito de Ewerton atravessou o seu corpo e saiu pela
perna direita:
- Eles receberam tiros de cima para baixo. Então, foram executados. A descrição do laudo está incompleta.
Já
o perito criminal Mauro Ricart fez outro tipo de análise. Ele acredita
que os projéteis podem ter se perdido no momento da exumação.
-
Não basta tirar o cadáver. É preciso peneirar os resíduos que ficam no
caixão, porque o objeto é pequeno. Não sei se esses cuidados foram
tomados - diz ele.
O
médico legista Talvane de Moraes lamentou o resultado da perícia de
exumação. Segundo ele, isso irá atrapalhar a investigação do caso:
- Isso dificulta o raciocínio. Se encontrassem um projétil, poderia ser feita a análise balística.
Talvane criticou a perícia no local, feita no dia seguinte ao da operação policial:
- A preservação do local é fundamental para esclarecer o crime
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