Fabio Uchoa, juiz do 1º Tribunal do Júri
Há
30 anos na Justiça do Rio, 11 deles na titularidade do I Tribunal do
Júri, Fábio Uchoa sente-se traído. Apenas na última semana ele assistiu
as imagens da operação da Core, em agosto e divulgadas pelo EXTRA há
um mês. Nos vídeos, policiais são flagrados por eles mesmos forjando
auto de resistência: “Como a polícia detém de um equipamento de
altíssimo poder de prova e os quatro juízes criminais da capital não
têm conhecimento da disso?”
Como o senhor analisa as imagens da operação na favela do Rola?
Esse caso é muito emblemático porque revela um despreparo da polícia num modo geral na condução de uma investigação. O policial não pode escolher o que ele vai colocar dentro do processo. Se tem um conteúdo probatório, não cabe a ele selecionar. Nesse caso, a prova só surgiu por uma deturpação do sistema, por uma briga entre policiais na qual um se diz insatisfeito e resolve tornar público aquilo tudo.
O senhor se surpreendeu ao saber da existência das imagens?
Claro. Se é um equipamento de filmagem para acompanhar as diligências policiais, é evidente que esse equipamento uma vez sendo usado, instrua o processo. Se está disponibilizado esse procedimento, não é para que fique ao sabor dos policiais que participaram da operação. Por que essas filmagens não vêm nos processos? O que ocorreu que eles não podem mostrar?
Nenhum processo chegou aqui com esse tipo de gravação?
Não. Nunca soube que essas operações eram filmadas, me sinto como um verdadeiro marido traído. Sou eu que vou julgar os casos, no entanto sou o último a saber de um mecanismo de prova. A atividade fim da polícia judiciário não é coletar provas para seu arquivo particular, é colocá-las no inquérito e submeter ao Ministério Público e à Justiça para dar a palavra final. Eu me sinto profundamente traído pela instituição Polícia Civil por descobrir isso desta forma.
O que essas imagens poderiam alterar na conclusão de um processo?
Às vezes uma imagem fala mais do que mil palavras. Pode ser dado um rumo completamente diferente numa investigação, seja para condenar ou absolver o acusado.
O estado é complacente com essas mortes?
Não sei. Mas acho que teria que haver uma vontade política de aprimorar a investigação porque é inconcebível que em um exame em instituto técnico se tente fazer exame no cadáver e o raio-x esteja quebrado. No Rio de Janeiro, a capital cultural do Brasil, se convive com esse tipo de coisa.
Como o senhor analisa as imagens da operação na favela do Rola?
Esse caso é muito emblemático porque revela um despreparo da polícia num modo geral na condução de uma investigação. O policial não pode escolher o que ele vai colocar dentro do processo. Se tem um conteúdo probatório, não cabe a ele selecionar. Nesse caso, a prova só surgiu por uma deturpação do sistema, por uma briga entre policiais na qual um se diz insatisfeito e resolve tornar público aquilo tudo.
O senhor se surpreendeu ao saber da existência das imagens?
Claro. Se é um equipamento de filmagem para acompanhar as diligências policiais, é evidente que esse equipamento uma vez sendo usado, instrua o processo. Se está disponibilizado esse procedimento, não é para que fique ao sabor dos policiais que participaram da operação. Por que essas filmagens não vêm nos processos? O que ocorreu que eles não podem mostrar?
Nenhum processo chegou aqui com esse tipo de gravação?
Não. Nunca soube que essas operações eram filmadas, me sinto como um verdadeiro marido traído. Sou eu que vou julgar os casos, no entanto sou o último a saber de um mecanismo de prova. A atividade fim da polícia judiciário não é coletar provas para seu arquivo particular, é colocá-las no inquérito e submeter ao Ministério Público e à Justiça para dar a palavra final. Eu me sinto profundamente traído pela instituição Polícia Civil por descobrir isso desta forma.
O que essas imagens poderiam alterar na conclusão de um processo?
Às vezes uma imagem fala mais do que mil palavras. Pode ser dado um rumo completamente diferente numa investigação, seja para condenar ou absolver o acusado.
O estado é complacente com essas mortes?
Não sei. Mas acho que teria que haver uma vontade política de aprimorar a investigação porque é inconcebível que em um exame em instituto técnico se tente fazer exame no cadáver e o raio-x esteja quebrado. No Rio de Janeiro, a capital cultural do Brasil, se convive com esse tipo de coisa.
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