Caminhando a pé, saindo da Rua Doutor Continentino, na comunidade do
Rola, em direção ao Hospital Estadual Rocha Faria,
demora-se cerca de duas horas e meia. Esse foi o tempo, entretanto, que a
Polícia Civil, com suas viaturas, demorou para levar os cinco homens
mortos, da favela até a unidade hospitalar, distante 12,4 quilômetros.
Os homens foram baleados durante uma operação, na tarde do dia 16 de
agosto do ano passado.
Como mostram as imagens de dois vídeos da
própria instituição, os policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais
(Core) começam a atirar contra os alvos às 16h33m. Os disparos
acontecem em sequência durante seis minutos, sem parar. Logo depois,
mais vinte segundos de tiros. Nesses dois intervalos, provavelmente, os
cinco supostos criminosos são atingidos e mortos no local. Os vídeos
mostram, em seguida, corpos sendo encontrados.
Os feridos só
chegaram no Rocha Faria, levados pelos agentes da Core, duas horas e 17
minutos depois. A direção do hospital informou que o Boletim de
Atendimento Médico (BAM) 301208160082 mostra que Ewerton Luiz da Cruz
Neves, de 25 anos, deu entrada na unidade às 18h50, já morto. Já o BAM
301208160084 esclarece que Silas Rosa Guimarães, de 23, chegou ao local
cinco minutos depois, também em óbito. Em ambos os registros, há a
menção “perfuração por arma de fogo” nos prontuários.
O EXTRA
procurou a Secretaria estadual de Saúde, mas a assessoria se negou a
repassar informações sobre os três outros baleados. O sargento da
Polícia Militar que estava de plantão na unidade na data do crime,
entretanto, lembra que os supostos traficantes já chegaram mortos no
pátio do Rocha Faria, dentro de viaturas da Polícia Civil. As
assistentes sociais do hospital contam que dois chegaram a ser levados
para a “sala vermelha” sem sinais vitais. Todos os corpos foram levados
para o IML de Campo Grande. Ewerton e Silas foram enterrados, na tarde
do dia seguinte, no cemitério de Santa Cruz.
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