No almoço do Dia das Mães da gari Priscila de Oliveira Vieira, de 40
anos, haverá um lugar especial à mesa para "goiabada com queijo",
"feijão com arroz" ou até "café com leite". Esse é o "cardápio" de nomes
recebidos na rua pelo casal de gêmeos João e Maria de Oliveira de
Siqueira Barbosa, de sete meses. Eles que encheram a barriga da moradora
de Santa Cruz durante a gestação, a alimentam de orgulho também após a
gestação, já que a menina é negra e o menino, branco.
— Os dois nasceram da mesma cor. Mas, com o tempo, Maria foi amorenando. Até que virou esse meu "chocolate". Não parece um bombonzinho? — chamega Priscila, feliz com a diferença.
Segundo a mãe, João continuou bem mais claro que Maria, apesar de ter pego sol por recomendação médica.
— Até que ele ganhou uma corzinha — constata Priscila, de cor parda, assim como Henderson Barbosa, de 32 anos, o marido, pai das crianças.
Assédio e curiosidade nas ruas
Os gêmeos João e Maria já não podem nem andar na rua direito. A curiosidade é tanta que os pais precisam parar a toda hora.
— Todo mundo me para no shopping perguntando: são gêmeos mesmo? Qual o nome deles? Foi parto normal? — conta a mãe, que tem duas irmãs gêmeas, mas da mesma cor.
Mas Priscila acha tudo isso divertido.
— Quem tem intimidade comigo brinca: cores diferentes? Explica essa história direito. Mas, até hoje, não sofri preconceito.
A avó Maria Lúcia de Oliveira, de 64 anos, olha para os netos e lembra do assédio que também viveu com as duas filhas gêmeas, hoje enfermeiras.
— Elas também eram o chamego. Até hoje o pai as confunde. Acho que não é o caso dos meus netos — se diverte a avó.
— Os dois nasceram da mesma cor. Mas, com o tempo, Maria foi amorenando. Até que virou esse meu "chocolate". Não parece um bombonzinho? — chamega Priscila, feliz com a diferença.
Segundo a mãe, João continuou bem mais claro que Maria, apesar de ter pego sol por recomendação médica.
— Até que ele ganhou uma corzinha — constata Priscila, de cor parda, assim como Henderson Barbosa, de 32 anos, o marido, pai das crianças.
Assédio e curiosidade nas ruas
Os gêmeos João e Maria já não podem nem andar na rua direito. A curiosidade é tanta que os pais precisam parar a toda hora.
— Todo mundo me para no shopping perguntando: são gêmeos mesmo? Qual o nome deles? Foi parto normal? — conta a mãe, que tem duas irmãs gêmeas, mas da mesma cor.
Mas Priscila acha tudo isso divertido.
— Quem tem intimidade comigo brinca: cores diferentes? Explica essa história direito. Mas, até hoje, não sofri preconceito.
A avó Maria Lúcia de Oliveira, de 64 anos, olha para os netos e lembra do assédio que também viveu com as duas filhas gêmeas, hoje enfermeiras.
— Elas também eram o chamego. Até hoje o pai as confunde. Acho que não é o caso dos meus netos — se diverte a avó.
Chances são de um a cada cem nascimentos
Já
não é a primeira vez que a cegonha entrega bebês gêmeos e de cores
diferentes na Zona Oeste do Rio. A revista contou, em agosto de 2012, a
história dos irmãos Nícolas Evangelista de Oliveira Silva, um negro, que
é irmão gêmeo de Davi, loiro e branco. Aos 10 anos, eles vivem em Campo
Grande.
Para João Ricardo Auler, especialista em reprodução
específica da Clínica Pró Nascer, na Barra da Tijuca, há controvérsias,
já que "no Brasil há uma confusão entre mulato escuro e negro", ele
explica.
— O mulato escuro, se casar com um branco, pode ter um
filho branco, do tipo alemão, ou um filho mulato. Mas o branco, casando
com o negro, vai ter filho mulato porque o gene do negro é sempre o gene
que define a cor — diz o especialista.
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