Após uma 1h40 reunidos, os sete jurados que compõem o Conselho de
Sentença no julgamento de Luiz Henrique Ferreira Romão, o "Macarrão" e
Fernanda Gomes Castro decidiram pela condenação dos réus, o que aumenta
as chances de condenação do goleiro Bruno Fernandes.
"Macarrão" foi condenado por homicídio, sequestro e cárcere privado de
Eliza Samudio, mas foi absolvido da acusação de ocultação de cadáver. Já
Fernanda Castro foi condenada pelo crime de sequestro e cárcere privado
da modelo.
Após a decisão do júri, formado por seis mulheres e um homem, a juíza
Marixa Fabiane, que preside o julgamento no Fórum de Contagem, definiu a
pena dos réus que somadas dão 20 anos.
Acusado pelo Ministério Público de planejar a morte de Eliza Samúdio,
"Macarrão" foi condenado a 20 anos de prisão por homicídio e três por
sequestro, mas com o atenuante pela confissão sua pena foi fixada em 15
anos. Já Fernanda Castro foi condenada a três anos pelos sequestro de
Eliza e dois pelo de Bruninho, totalizando cinco anos, em regime aberto.
Os réus acompanharam a leitura da sentença de frente para a juíza.
Fernanda segurava um bíblia em suas mãos e chora aliviada ao ouvir o
veredito. Luiz Henrique Romão também chorou muito com o resultado do
júri. Os parentes de "Macarrão" também choraram ao veredito.
Após a leitura, a juíza Marixa Fabiane anunciou ainda que "Macarrão"
não poderá recorrer da decisão em liberdade, mas como o réu já está
preso há dois anos e seis meses, deve ficar apenas mais dois anos e
quatro meses na cadeia e poderá ser solto. Já a advogada de Fernanda,
Carla Silene garantiu que vai recorrer da sentença para sua cliente. E o
promotor Henry Wagner disse que não deve entrar com recurso.
Ao final do julgamento, o advogado do goleiro Bruno Fernandes, Lúcio
Adolfo, que acompanhou toda a sessão desta sexta-feira, roubou a cena. O
defensor disse que vai pedir a nulidade do julgamento porque ele foi
impedido de entrar na sala secreta, onde os jurados decidiram pela
condenação dos réus, e acusou o promotor do caso, Henry Wagner
Vasconcelos, de ser mentiroso.
Julgamento
Conturbado e cheio de polêmicas. Assim pode ser descrito o julgamento
dos acusados de matar a ex-modelo Eliza Samudio. Inicialmente com cinco
acusados sentados no banco dos réus, o julgamento terminou após cinco
dias e apenas dois dos réus foram julgados.
Várias manobras e estratégias dos advogados de defesa dos réus acabaram
com três desmembramentos do processo. O goleiro Bruno Fernandes, o
ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola", e Dayanne Rodrigues
serão julgados apenas em março de 2013.
O primeiro dia de julgamento foi marcado por atrasos e uma polêmica
entre os advogados de defesa, que ameaçaram abandonar o julgamento
diante do tempo concedido pela juíza Marixa Fabiane para que os
defensores apresentassem suas alegações preliminares. Os advogados de
Bola, Ércio Quaresma, Zanone Júnior e Fernando Magalhães não ficaram só
na promessa e abandonaram seu cliente, com a promessa de que eles mesmos
defenderiam o réu posteriormente. Por causa, disso o julgamento dele
foi adiado.
Réu principal no julgamento, Bruno Fernandes destituiu seu defensor,
Rui Pimenta, logo no segundo dia de julgamento. O goleiro disse não
sentir seguro com a linha defesa adotada pelo advogado e teve sua defesa
assumida por Francisco Simim, também advogado de sua ex-mulher Dayanne
Rodrigues, que por causa disso teve seu julgamento adiado. Mas o
defensor disse mais tarde que não estava preparado para assumir a defesa
de Bruno, já que não tinha estudado o caso a fundo, e o júri do atleta
também foi desmembrado.
Na quarta-feira (21), terceiro dia de julgamento, teve início o
depoimento de "Macarrão" que durou mais de 9 horas e se estendeu pela
madrugada. Em sua fala, o réu contou detalhes sobre como conheceu Eliza
Samudio e confessou sua participação no crime. Funcionário e
braço-direito de Bruno, "Macarrão" incriminou o atleta e o acusou de ser
o mandante do crime. Ainda em seu depoimento, Luiz Henrique afirmou que
Fernanda apenas foi fazer companhia à Eliza Samudio no dia em que,
segundo o inquérito, ela teria sido sequestrada e, em momento algum,
citou o nome do ex-policial "Bola".
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