A Praia de Sepetiba vai sediar amanhã um (re)encontro secular de
gerações. A partir das 10h, adeptos das religiões afro-brasileiras se
reúnem na parte da faixa de areia já revitalizada, é claro, para
aguardar a chegada de ninguém menos do que ex-escravos, ou seja, os seus
antepassados, que serão homenageados pelos religiosos durante a 1 Festa
de Preto-Velho em Sepetiba.
A festividade ao ar livre já poderá
ser percebida pelos moradores logo cedo, quando umbandistas e
candomblecistas trocarão o perfume natural da maresia da praia por
outros, que purificam a alma.
Entres eles está o cheiro do
defumador, da arruda, da guiné e da fumaça do cachimbo (tudo isso é
usado pelos pretos-velhos nas consultas com os seres humanos), além da
essência vinda das panelas de barro, onde estará a tradicional feijoada
de preto-velho.
— Os pretos-velhos são ancestrais e, em vida,
foram escravos. Eles trabalham com ervas e são curandeiros. Em homenagem
a eles, vamos distribuir feijoada, de graça, que é uma das comidas de
preto-velho — avisa Jupira Nascimento, a mãe Fomo de Ewá, organizadora
do evento.
Segundo ela, a feijoada para 300 pessoas será servida, depois de duas palestras, com arroz, farofa, couve à mineira e laranja.
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