O título de "bairro imperial" é de São Cristóvão, mas podemos dizer
que o coração da realeza ficava em Santa Cruz. Durante o verão, a
família real passava a maior parte do tempo em seu palácio de veraneio
no bairro, na Fazenda Imperial de Santa Cruz. A história, pouco
conhecida pelos cariocas, está presente em monumentos espalhados por
todo o bairro e nos documentos preservados no acervo do Núcleo de
Orientação e Pesquisa Histórica de Santa Cruz (NOPH).
— De todos os bens deste período, o mais importante é a sede da Fazenda Santa Cruz, morada da família imperial. O prédio ainda está em uso, hoje com uma escola do Exército — avalia Walter Vieira Priosti, coordenador geral do NOPH.
A fazenda começou a ser construída em 1570, pelo capitão Cristóvão Monteiro. De lá para cá, o edifício foi administrado por padres jesuítas, por administradores reais, pela família imperial e, agora, pelas Forças Armadas.
— Com o tempo muita coisa se perdeu. Eu visitei quase todos esses lugares onde os imperadores passaram, mas muitas pessoas das novas gerações não sabem da História — lamenta a dona de casa Margarete Vieira, de 44 anos, moradora do bairro há mais de 30.
Embora bem preservados, os monumentos muitas vezes não significam muito para a população. Na parte central do bairro, o Marco Onze virou ponto de referência, mas, além do nome, pouca gente conhece.
— Sei que é uma pedra do tempo do imperador, mas não sei para que servia — diz o carpinteiro Gilvan Costa, de 32 anos.
O marco é um dos doze fincados entre o Paço de São Cristóvão e o de Santa Cruz, delimitando a área de circulação do imperador.
Esta e outras histórias podem ser conferidas no Ecomuseu, com exposição de maquetes que destrincham este período da história. O centro cultural funciona na sede do antigo matadouro, outro prédio do império, na Rua das Palmeiras Imperiais s/nº.
Morro do Mirante era área de lazer
Mas os mais velhos conhecem bem o terreno em que pisam. Valdo Soares mora no bairro há mais de 50 anos e já se acostumou a ver tudo de cima. Do alto do Morro do Mirante, ponto mais alto do bairro, ele aponta cada prédio histórico da região.
Há séculos, o local era utilizado pelos padres jesuítas, que aproveitavam a visão para vigiar os escravos. Depois, a área passou a ser utilizada para lazer do príncipe regente, Dom João VI, e seu filho, Pedro. A tradição passou de pai para filho e o imperador Dom Pedro II foi retratado, junto com a família, no local, pelo pintor belga Benjamin Mary. Na imagem, eles observam a sede da Fazenda Imperial,
— Sempre que vêm estudantes, eu acompanho. Eu sei de muitas histórias, de ouvir falar. Então a gente troca, né? — diz Valdo, que trabalha no reservatório da Cedae no mirante.
O local é aberto apenas a visitações agendadas previamente. O acesso é pela Rua Pindaré, s/nº.
Séculos de ordem e progresso
Na vista panorâmica, fazenda (à esquerda) se perde entre tantos prédios novos
Fonte Wallace é presente europeu a cidades importantes
A paisagem de Santa Cruz, hoje, é bem diferente da apreciada pelo rei e imperadores. A sede da Fazenda Imperial se perde entre tantos prédios e torres de telecomunicações. Sinal que a prosperidade não ficou apenas na agricultura e pecuária, que abasteceram toda a cidade durante séculos, desde a exploração da fazenda pelos jesuítas.
— A região sempre teve sua importância para a cidade do Rio de janeiro. No início, com a administração dos jesuítas, a fazenda abastecia a cidade. Depois, virou centro de governo enquanto a família real estava aqui. Agora é importante pela indústria — diz Walter Vieira, coordenador-geral do Núcleo de Orientação e Pesquisa Histórica de Santa Cruz.
Sua importância na época para a cidade rendeu ao bairro a instalação de uma das raras fontes Wallace. A escultura, produzida no século XIX, marca as grandes cidades do mundo.
Cem delas estão em Paris e outras tantas espalhadas pelo mundo.
Em meados do século XX, depois de experimentar um período de crise, o bairro voltou a crescer com a implementação do Polo Industrial.
— Temos uma longa lista de empresas de grande porte em funcionamento em Santa Cruz, o que movimenta parte da economia carioca — avalia Walter.
A implementação do polo ocasionou um incremento populacional. Hoje, Santa Cruz é o terceiro bairro mais populoso da cidade, com 217.333 habitantes, segundo o censo 2010 do IBGE, atrás apenas de Campo Grande e Bangu
Fonte: Extra
— De todos os bens deste período, o mais importante é a sede da Fazenda Santa Cruz, morada da família imperial. O prédio ainda está em uso, hoje com uma escola do Exército — avalia Walter Vieira Priosti, coordenador geral do NOPH.
A fazenda começou a ser construída em 1570, pelo capitão Cristóvão Monteiro. De lá para cá, o edifício foi administrado por padres jesuítas, por administradores reais, pela família imperial e, agora, pelas Forças Armadas.
— Com o tempo muita coisa se perdeu. Eu visitei quase todos esses lugares onde os imperadores passaram, mas muitas pessoas das novas gerações não sabem da História — lamenta a dona de casa Margarete Vieira, de 44 anos, moradora do bairro há mais de 30.
Embora bem preservados, os monumentos muitas vezes não significam muito para a população. Na parte central do bairro, o Marco Onze virou ponto de referência, mas, além do nome, pouca gente conhece.
— Sei que é uma pedra do tempo do imperador, mas não sei para que servia — diz o carpinteiro Gilvan Costa, de 32 anos.
O marco é um dos doze fincados entre o Paço de São Cristóvão e o de Santa Cruz, delimitando a área de circulação do imperador.
Esta e outras histórias podem ser conferidas no Ecomuseu, com exposição de maquetes que destrincham este período da história. O centro cultural funciona na sede do antigo matadouro, outro prédio do império, na Rua das Palmeiras Imperiais s/nº.
Morro do Mirante era área de lazer
Mas os mais velhos conhecem bem o terreno em que pisam. Valdo Soares mora no bairro há mais de 50 anos e já se acostumou a ver tudo de cima. Do alto do Morro do Mirante, ponto mais alto do bairro, ele aponta cada prédio histórico da região.
Há séculos, o local era utilizado pelos padres jesuítas, que aproveitavam a visão para vigiar os escravos. Depois, a área passou a ser utilizada para lazer do príncipe regente, Dom João VI, e seu filho, Pedro. A tradição passou de pai para filho e o imperador Dom Pedro II foi retratado, junto com a família, no local, pelo pintor belga Benjamin Mary. Na imagem, eles observam a sede da Fazenda Imperial,
— Sempre que vêm estudantes, eu acompanho. Eu sei de muitas histórias, de ouvir falar. Então a gente troca, né? — diz Valdo, que trabalha no reservatório da Cedae no mirante.
O local é aberto apenas a visitações agendadas previamente. O acesso é pela Rua Pindaré, s/nº.
Séculos de ordem e progresso
Na vista panorâmica, fazenda (à esquerda) se perde entre tantos prédios novos
Fonte Wallace é presente europeu a cidades importantes
A paisagem de Santa Cruz, hoje, é bem diferente da apreciada pelo rei e imperadores. A sede da Fazenda Imperial se perde entre tantos prédios e torres de telecomunicações. Sinal que a prosperidade não ficou apenas na agricultura e pecuária, que abasteceram toda a cidade durante séculos, desde a exploração da fazenda pelos jesuítas.
— A região sempre teve sua importância para a cidade do Rio de janeiro. No início, com a administração dos jesuítas, a fazenda abastecia a cidade. Depois, virou centro de governo enquanto a família real estava aqui. Agora é importante pela indústria — diz Walter Vieira, coordenador-geral do Núcleo de Orientação e Pesquisa Histórica de Santa Cruz.
Sua importância na época para a cidade rendeu ao bairro a instalação de uma das raras fontes Wallace. A escultura, produzida no século XIX, marca as grandes cidades do mundo.
Cem delas estão em Paris e outras tantas espalhadas pelo mundo.
Em meados do século XX, depois de experimentar um período de crise, o bairro voltou a crescer com a implementação do Polo Industrial.
— Temos uma longa lista de empresas de grande porte em funcionamento em Santa Cruz, o que movimenta parte da economia carioca — avalia Walter.
A implementação do polo ocasionou um incremento populacional. Hoje, Santa Cruz é o terceiro bairro mais populoso da cidade, com 217.333 habitantes, segundo o censo 2010 do IBGE, atrás apenas de Campo Grande e Bangu
Fonte: Extra
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