domingo, 12 de fevereiro de 2012

Saiba com o que o Artista Fábio Pochart fez analogia e piada com o Bairro de Santa Cuz

Mais de trinta anos de guerra
 
Para compreender o Vietnã é preciso levar em conta que ele passou, desde os anos 40 até a metade dos anos 70, um processo muito tumultuado de conflitos e guerras. Teve sua libertação nacional, sua primeira revolução, em 1945, mas o novo poder revolucionário não conseguiu generalizar-se por todo o país porque os colonialistas franceses voltaram a ocupar o Vietnã. Somente em 1954 os vietnamitas conseguiram afastar os franceses, tendo a frente o líder Ho Chi Min, que era o presidente do Partido Comunista na época.

Mais o país ficou dividido em dois. O Vietnã do Norte, sob a hegemonia do PC e o Vietnã do Sul, sob a hegemonia de um governo capitalista e títere a serviço dos interesses do imperialismo. Nos anos 60 os americanos invadiram o Vietnã e o país viveu uma guerra sangrenta durante nove anos, que terminou somente em 1975, culminando na reunificação do país sobre o poder do Partido Comunista.


O total de vítimas da Guerra do Vietnã (1964 a 1975) é impreciso, oscilando entre 1 milhão e meio a dois milhões de vietnamitas mortos, entre civis e militares, que de certa forma significavam a mesma coisa, pois o povo era quem compunha o exército da guerra. Parte considerável da população economicamente ativa do país morreu durante a guerra e essa situação fez com que o Vietnã estagnasse economicamente após o termino do longo conflito.


Quando os vietnamitas começaram a construir o socialismo no país unificado, primeiramente eles optaram pelo velho modelo soviético que, por não levar em conta as peculiaridades e as realidades nacionais, fracassou. O país então entrou numa crise econômica que agravou ainda mais sua situação social. Em 1987 o Vietnã enfrentava uma inflação de quase 700%, uma grande carência no abastecimento de mercadorias e artigos de primeira necessidade como o arroz, por exemplo, estavam sendo importados. Além disso, o país só mantinha relações com países socialistas e sofria o bloqueio dos países capitalistas, sob imposição dos EUA.


Ao período de guerra seguiu-se um período de severa crise econômica da qual o Vietnã só começou a escapar na final da década de 80, quando o governo, inspirado pela URSS e China, implantou uma série de reformas liberalizantes no país, incluindo a abertura para o mercado. Os resultados vieram rapidamente.


Em dois anos o país conseguiu reduzir pela metade a inflação e hoje ela é menor que 3% ao ano, o crescimento do PIB que ficava em torno de 4% hoje é comemorado com mais de 7% ao ano. De um importador de arroz o Vietnã passou a ser o segundo maior exportador do cereal do mundo e também é um grande concorrente do Brasil no mercado de exportação de café (em 2002 ganhou o segundo lugar no ranking mundial da Colômbia) e os seus números sociais também foram beneficiados com a nova política.


A condição de vida da população, incluindo as que vivem nas montanhas isoladas e remotas do país, melhorou consideravelmente. A porcentagem de pessoas que viviam abaixo da linha da pobreza, ou seja, com menos de U$ 1 por dia, caiu de 60% em 1990 para 20% em 2003. A quantidade de pessoas que sofriam de fome também caiu dramaticamente de 30% em 1990 para 15% nos últimos anos.


Os efeitos da redução da pobreza também refletiram no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, que o elevou para a posição 109º, estando a frente de países como a África do Sul e Egito. Como conseqüência, o número de crianças matriculadas no ensino fundamental saltou de 87% para 92% em cinco anos, mantendo a baixa porcentagem de analfabetismo no país, que não ultrapassa a 7% da população. Os números de desnutrição em crianças com menos de 5 anos também foram reduzidos da 1/2 para 1/3.


Para um país colonial e por muitos anos semi-feudal, que durante décadas se fechou política e economicamente e foi tratado como periférico na Ásia por não jogar nenhum papel de maior importância na economia da região, os avanços são espetaculares.


Um importante fator que contribui para tamanho progresso foi a política externa independente adotada pelo país na década de 90. Hoje o Vietnã não só saiu da crise econômica, como rompeu o bloqueio, promovendo maior abertura para o exterior e estabelecendo relações com muitos países.
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