domingo, 18 de setembro de 2011

Secretario do Meio Ambiente inaugura trecho de areia em Sepetiba




A praia de Sepetiba já foi um bairro que vivia da pesca e do turismo. Em 20 anos, a instalação de mineradoras na região e a crescente prática da pesca predatória, conhecida como "Arrasto", trouxe tristeza, isolamento, pobreza e desemprego. Durante vários mandatos os governadores do Estado do Rio de Janeiro negaram a ocorrência de esgoto bruto sendo despejado na Baía de Sepetiba. Assim, este lugar tornou-se um cemitério em todos os aspectos.
Os anos se passaram e a luta de ativistas ambientais, políticos locais e a própria população, trouxe uma grande preocupação às autoridades nacionais e internacionais quanto a profundidade do problema.
Com a obra de recuperação iniciada em 2010 vários problemas surgiram. Dentre eles o principal, foi o fato dos especialistas terem subestimado o tamanho dos estragos no ambiente. O projeto que era mais superficial, incluindo uma faixa de areia 50% menor, teve que ser ampliado. Com isto todo o esforço desprendido desde o início da recuperação da orla da Praia de Sepetiba em quase 12 meses, não saiu do lugar. Não se moveu ao longo da costa.
Por fim, depois de muitas tentativas de fazer o negócio dar certo, o Governo do Estado resolveu inaugurar um trecho de cerca 130 metros de areia, que segundo o secretário estadual do Ambiente Carlos Minc e a presidente do Instituto Estadual do Ambiente Marilene Ramos "a areia está recuperada".
Infelizmente esta informação ainda não pode ser processada pelas crianças do bairro e apesar de terem anunciado no microfone e de haver placas de sinalizando que o banho ainda é impróprio, bastou a área isolada ser liberada e as crianças correram na direção do "mar".
Frustradas algumas crianças iniciaram uma guerra de lama (de esgoto). Um grupo de cinco ou seis  encontrou uma poça e começou a tomar banho. 
Enquanto na parte mais limpa da areia as autoridades conversavam com a população, tiravam fotos e davam autógrafos, um menino decidiu testar a profundidade da lama. 
À medida que caminhava, seu corpo se aprofundava. Seguindo na direção do mar ele continuou insistindo até que ficou com o corpo submerso da cintura para baixo.
Depois de uma pequena algazarra com a água suja, um guarda-vidas pediu que saíssem, mas no momento em que o bombeiro virou as costas eles voltaram a "se banhar".

Fonte: Saulo Valley




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