Pelo terceiro ano consecutivo Luiz Fernando Cândido, conhecido no
mundo do Graffiti como Cand, apoiado pela ONG UNIBEM (União Beneficente
das Mulheres), organizou um evento neste domingo (15/05) que reuniu
dezenas de grafiteiros de Pedra de Guaratiba e outros bairros do Rio
para mostrar e divulgar essa arte.
É preciso que se faça uma distinção entre graffiti e pixação.
Embora alguns grafiteiros tenham sido pixadores, prática repudiada pela
sociedade que vê de uma hora para outra seus muros e paredes sujas com
tinta preta. Segundo os próprios artistas, o graffiti evoluiu a partir
de um desejo justo do pixador de expressar sua opinião, divulgar uma
idéia ou mesmo como contestação, mas de outra forma, mais elaborada e
autorizada.
Por trás de um graffiti sempre tem uma mensagem, pelo menos é o
que afirma a maioria dos grafiteiros que entrevistamos. Cand nos
informa que havia na Pedra de Guaratiba um projeto no qual eram
ministrados cursos de Graffiti apoiados pela UNIBEM, entretanto a ONG
necessita de patrocínio para continuar ajudando os jovens. Atualmente
não estão mais sendo oferecidos cursos de Graffiti, mas assim que a
UNIBEM conseguir patrocínio Cand promete retornar com os cursos.
- O graffiti veio da pixação, só que é uma coisa mais
evoluída, mais colorida, não é um rabisco, e o graffiti é autorizado, ao
contrário da pixação. É uma arte.Cand afirma entusiasmado.
Neste evento compareceram artistas de vários bairros, Irajá, Nova
Iguaçu, da Pedra de Guaratiba, da Baixada, enfim foi um dia em que se
encontraram excelentes artistas para troca de experiências, onde a
Barros de Alarcão ficou mais colorida e divertida.
Um dos grafiteiros, Luis Fernando - o Xandão tomou a palavra e
começou a apresentar a turma, Mica, Rato, Um, Drau, Guil, Smuk, Tiago,
em seguida passou a esclarecer alguns detalhes: - Primeiro é feito
um desenho no papel, depois passamos para o muro com a arte do graffiti.
Muitos que começam com a pixação passam para o Graffiti, pois o
Graffiti é liberado, pixação é crime, muitos grafiteiros já foram
pixadores, eu mesmo já fui pixador, confessa Xandão. - Para o pixador a pixação é arte, para a sociedade é crime, completa.
- O graffiti expressa o que está acontecendo na sociedade,
existe aí uma mensagem social por trás de cada graffiti, expressa o que
sente em termos de política, e pode ser considerado uma forma de
protesto, afirma Cand.
Luiz Fernando Cândido espera que a ONG UNIBEM consiga
patrocínio para que ele possa, com apoio da instituição, continuar a
oferecer os cursos de graffiti em Pedra de Guaratiba, talvez essa seja
uma alternativa para retirarmos da rua aqueles jovens que procuram
expressar suas opiniões pixando os muros do bairro.
Fonte: Portal Guaratiba
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