Alvos de reclamação constante, os trens da SuperVia, no ramal Santa
Cruz, continuam a não apresentar melhorias nos atrasos que dificultam a vida de
trabalhadores da Zona Oeste
![]() |
Trem enguiçado e população tem que esperar chegar um outro trem, também lotado, para tentar entrar e depois se espremer ao máximo dentro do vagão. |
A população que precisa utilizar, diariamente, os trens que vão de Santa
Cruz até o Centro do Rio encontra-se indignada com os recorrentes atrasos e
falhas mecânicas, apresentados pelos veículos. Alguns problemas que a SuperVia
trata como “eventualidades”, na verdade, ocorrem de maneira constante, todos os
dias. Usuários da linha afirmam sofrer descaso por parte da concessionária e
das autoridades que cuidam dos transportes na cidade.
O senhor Silva (60), que é
funcionário da Defensoria Pública e morador da Zona Oeste a mais de 30 anos,
fala sobre os transtornos diários que enfrenta para chegar ao trabalho
utilizando os trens desse ramal. — Meu trajeto até o trabalho
deveria ser de aproximadamente uma hora, porém, por causa de contratempos na
linha, acabo levando até duas horas e meia para chegar ao serviço. Não consigo
entender quais são os reais problemas que fazem o trem ficar parado tanto
tempo. Para mim isso é apenas descaso com o cidadão, atualmente, o ramal Santa
Cruz é o pior de todos os ramais da SuperVia. Houve uma pequena melhora no
período das Olimpíadas, mas passou — explica.
A estudante de jornalismo, Evelyn Caroline (27), precisa pegar o trem de
Realengo, bairro onde mora, até a Central do Brasil, de segunda a sexta-feira
para comparecer ao estágio. A jovem explica que faz reclamações diárias sobre a
má qualidade do serviço, tenta apelar até para as redes sociais, mas nada
adianta.
— Em relação a superlotação, isso até deu uma melhorada, mas o serviço
prestado pela Supervia, nesse ramal, continua muito ruim. São atrasos que
acontecem do nada, problemas que ocorrem sem motivo. A falta de preparo dos
seguranças também é grande, diversas vezes já vi várias pessoas passando mal e
eles não tem nenhum tipo de preparo para ao menos prestar o primeiro socorro. A
volta para casa é outro transtorno. Do
nada, solicitam a desocupação de trens que já estão de saída, porque eles
simplesmente avariaram. E é isso que ocorre todos os dias — desabafa.
![]() |
Estação Engenho de Dentro reformada. foto: divulgação |
A SuperVia esclarece que no geral existem mais de 100 estações, sendo que 21 foram reformadas nos últimos cinco anos como: Engenho de Dentro, Vila Militar, Deodoro, Magalhães Bastos e São Cristóvão. Conta também com mais de 1.000 viagens por dia, 95% delas feitas em trens com ar-condicionado. E o grande desafio é transportar em média 700 mil passageiros por dia e que as melhorias são constantes, e também estão sempre revendo os possíveis transtornos.
A linha Santa Cruz liga o centro da cidade até o extremo oeste da
capital. Esse ramal deveria ser alvo de maior expansão, pois está abrigado na
parte da cidade onde há o maior índice de crescimento populacional.
0 comentários:
Sua opinião sobre o assunto e seus comentários são importantes para o aperfeiçoamento de nosso trabalho e a perfeita visão do que acontece em nossa Zona Oeste.