
Proposta de Emenda à Constituição
que cria as polícias penitenciárias federal e estaduais está pronta para
votação no Plenário da Câmara (PEC 308/2004). O texto cria a Polícia
Penal e transforma os agentes penitenciários em polícia. Atualmente,
esses profissionais não possuem reconhecimento constitucional dentro do
sistema prisional, já que não são enquadrados como membros da segurança
pública.
Com a mudança constitucional,
esses servidores seriam responsáveis pela realização de atividades
policiais nas dependências das unidades prisionais; promoveriam
atividades para garantir a segurança e a integridade física dos apenados
e participariam, junto com os demais órgãos da Segurança Pública, de
diligências e atividades policiais que visem à imediata recaptura de
presos foragidos das unidades penais, destacando policiais para o
trabalho policial nas ruas.
Para o relator da proposta na Comissão de Constituição e Justiça,
deputado Arnaldo Faria de Sá, do PTB de São Paulo, a criação da Polícia
Penal é importante porque confere aos atuais agentes maior autonomia na
resolução de problemas presentes no dia a dia nas penitenciárias.
O parlamentar afirmou que, após visitar várias unidades prisionais em
São Paulo, constatou que em alguns Estados, o agente penitenciário não
pode sequer socorrer alguém que está muito mal de saúde, pois, primeiro
tem que chamar a Polícia Civil ou Militar para realizar a transferência
desse preso para uma unidade de assistência médica.
"O poder de polícia pode garantir à sociedade uma ação muito mais
eficiente porque ninguém conhece a criminalidade como o agente
penitenciário, que - por conta da sua atividade - é obrigado a viver no
dia a dia com os detentos."
De acordo com o texto aprovado na comissão, o quadro de servidores das
polícias penais será proveniente, mediante lei específica de iniciativa
do Poder Executivo, da transformação dos cargos, isolados ou organizados
em carreiras, com atribuições de segurança.
A proposta também assegura aos servidores das carreiras policiais civis,
militares e bombeiros militares do Distrito Federal, que exerçam suas
atividades no âmbito do sistema penitenciário, o direito de opção entre
as carreiras a que pertencem e a correspondente carreira do quadro da
Polícia Penal.
Segundos dados do Ministério da Justiça, hoje existem mais de 140 mil
agentes penitenciários. O Brasil tem a quarta maior população carcerária
do mundo, com mais de 600 mil presos. Se for mantido esse ritmo de
prisões, a estimativa é de que um em cada 10 brasileiros esteja preso em
2075.
A Proposta de Emenda à Constituição que cria a Polícia Penal já foi
aprovada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e aguarda
votação no Plenário. Para a aprovação definitiva da matéria, serão
necessários os votos favoráveis de, pelo menos, 308 deputados e 49
senadores em dois turnos de votação nos Plenários da Câmara e do Senado.
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