
A
agência de notícias Reuters afirmou nesta quarta-feira, 5 der junho,
que a alemã ThyssenKrupp deve anunciar nas próximas duas ou três semanas
o comprador ou compradores da CSA e da laminadora Calvert Steel,
sediada no estado do Alabama (EUA). A Reuters acrescentou que o negócio
provavelmente será fechado com a CSN. A empresa dirigida por Benjamin
Steinbruch já confirmou que tem interesse nos ativos, e fontes próximas á
negociação dizem que a proposta é de US$ 2,5 bilhões por um terço da
CSA e a totalidade da Calvert Steel.
No
entanto, existem diversos obstáculos para a concretização do negócio. O
primeiro é a Vale, atualmente sócia da CSA com 26,83% de participação.
A mineradora, insatisfeita com a forma como a ThyssenKrupp geriu a CSA
até agora, estaria exigindo uma indenização na casa dos US$ 150
milhões.
Antes
mesmo de a CSA começar a operar, a Vale teve de aumentar sua
participação no negócio dos 10% previstos inicialmente para o percentual
atual, já que a Thyssen, com o caixa afetado pela crise econômica
mundial iniciada em 2008, estava com o fôlego financeiro curto.
Agora,
o modelo estabelecido para a venda prevê novo aumento na parcela da
vale, desta vez de pouco menos de 27% para um terço do capital. Em tese,
isso implica novos investimentos.
Outro
problema é representado pelo governo do Estado do Rio. O governador
Sérgio Cabral (PMDB) não esconde sua antipatia pelo chairman da CSN nem
seu temor de que ele leve a administração da CSA para São Paulo, como
já fez com a siderúrgica de Volta Redonda.
Além
disso, o secretário de Ambiente do Estado do Rio, Carlos Minc, não
perde uma única oportunidade de disparar contra a CSN, seja acusando-a
de poluir o Rio Paraíba do Sul, seja afirmando que a empresa vendeu
terrenos contaminados para a construção de casas no Volta Grande IV, em
Volta Redonda.
O
Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense também se preocupa com a
concretização do negócio. O presidente da entidade, Renato Soares, vê
riscos de esvaziamento e demissões em massa na Usina Presidente Vargas
(UPV)- nome da unidade da CSN em Volta Redonda - caso o negócio seja
fechado.
Em
princípio, os riscos estariam com as áreas de pátio de
matérias-primas, coqueria, altos-fornos e aciaria, mas Renato já
afirmou que existe espaço para que a CSA ganhe instalações de
laminação, o que acabaria com a necessidade de existência da UPV.
A
preocupação expressa por Renato chegou aos políticos. Em março, uma
reunião entre diretores do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento), o
presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, Renato
Soares e o deputado federal Deley de Oliveira (PSC) alertou a
instituição financeira sobre a possibilidade de demissões na CSN, em
Volta Redonda, com a compra da parte do ThyssenKrupp na Companhia
Siderúrgica do Atlântico (CSA). O banco vinha surgindo como um possível
sócio na negociação, mas teria sido substituído por um trabalho
conjunto do Banco do Brasil e do Bradesco, que entrariam com US$ 1
bilhão cada para financiar a transação.
Mais
recentemente, o deputado estadual Nelson Gonçalves (PMDB) voltou a
defender, em audiência pública realizada na Comissão de Indústria e
Comércio da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), o
emprego dos trabalhadores da CSN. O parlamentar teme uma demissão com a
possível compra da CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico) pela CSN.
Durante
a reunião, o deputado disse que vai enviar uma solicitação ao
governador Sérgio Cabral (PMDB) pedindo a garantia dos empregos gerados
pela CSN no município.
-
Caso aconteça a compra entre estas empresas precisamos que o emprego
dos nossos trabalhadores seja mantido, pois isto é que realmente nos
importa - enfatizou.
Nelson Gonçalves ressaltou que a região já sofreu com demissões ocorridas na empresa após o processo de privatização da CSN.
-
Vimos de perto o drama das famílias que tiveram seus lares abalados
por conta das demissões naquela época e não desejamos que isto se
repita - disse.
O
vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense,
Silvio Campos, que acompanhou a reunião, também afirmou que teme as
possíveis demissões. Ele explicou que isto pode ocorrer, no caso de a
CSN comprar a CSA, por conta da CSA também fabricar placas de aço em
Itaguaí.
A
audiência pública contou ainda com a presença do diretor do Sindicato
dos Metalúrgicos, José Eli, e o presidente da Comissão de Economia da
Casa, deputado Dionísio Lins (PP).
A
CSA foi colocada a venda pela empresa controladora do grupo, a alemã
Thyssenkrupp, e a proposta despertou o interesse da CSN que vem tentando
comprar a empresa.
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