No
sábado, dia 2 de fevereiro, amigos e familiares do inspetor da Polícia
Civil Sérgio Lopes de Souza Júnior estariam reunidos para comemorar o
33º aniversário do policial, conhecido por todos como Serginho. No
entanto, este ano eles não têm motivos para comemorar. No dia em que
todos deveriam estar festejando seu aniversário, seu desaparecimento
completa uma semana.
O policial entrou em contato pela
última vez com a noiva, pelo telefone, na manhã do último sábado, dia 26
de janeiro. A família recebeu informações de que ele teria sido morto
por traficantes do Comando Vermelho (CV) que transformaram a Favela de
Antares, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, em um dos novos QGs da
facção criminosa. Ainda segundo uma denúncia, o corpo do inspetor
estaria em um valão na Favela do Rola, na mesma região.
Uma operação chegou a ser realizada
dois dias depois, em Antares, mas os responsáveis pela incursão
alegaram que não tinham sido autorizados a seguir até a Favela do Rola.
Apesar da promessa de que as ações de busca seriam reiniciadas no dia
seguinte, não houve novas ações para resgatar o corpo de Sérgio.
Na última quinta-feira, dia 31, a
noiva do inspetor foi chamada à Divisão de Homicídios (DH), na Barra da
Tijuca, também na Zona Oeste. Familiares ficaram otimistas, acreditando
que haveria notícias e informações sobre uma nova incursão. No entanto,
acabaram decepcionados.
“Pensamos que fosse alguma novidade, mas era para interrogá-la. Eles
ficaram perguntando como ele pagava as contas e questionaram se ele
tinha envolvimento com milícia”, revelou um amigo do policial, que pediu
para não ter a identidade divulgada.
“Estamos revoltados. Ele estava na
Polícia Civil há 11 anos. Amava o trabalho dele. Ninguém fala das
ocorrências das quais ele participou, das investigações que fez. Não
demonstraram qualquer interesse para resgatar o corpo dele e agora ficam
querendo desqualificá-lo”, desabafou, ressaltando que o inspetor fazia
parte do Regime Adicional de Serviço (RAS) – que remunera policiais com o
pagamento de gratificações em troca do trabalho nos horários de folga.
“Por que é que um miliciano vai ficar trabalhando fazendo extra?”, indagou.
Quem tiver qualquer informação que
auxilie na localização do corpo do inspetor Sérgio Lopes de Souza
Júnior, que era lotado na 50ª DP (Itaguaí), pode ligar para o
Disque-Denúncia, através do número 2253-1177. Não é preciso se
identificar e o anonimato é garantido.
Por Roberta Trindade/Pauta do Dia
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