segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Polícia não retoma buscas e tenta desqualificar policial desaparecido em Santa Cruz

 
No sábado, dia 2 de fevereiro, amigos e familiares do inspetor da Polícia Civil Sérgio Lopes de Souza Júnior estariam reunidos para comemorar o 33º aniversário do policial, conhecido por todos como Serginho. No entanto, este ano eles não têm motivos para comemorar. No dia em que todos deveriam estar festejando seu aniversário, seu desaparecimento completa uma semana.

O policial entrou em contato pela última vez com a noiva, pelo telefone, na manhã do último sábado, dia 26 de janeiro. A família recebeu informações de que ele teria sido morto por traficantes do Comando Vermelho (CV) que transformaram a Favela de Antares, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, em um dos novos QGs da facção criminosa. Ainda segundo uma denúncia, o corpo do inspetor estaria em um valão na Favela do Rola, na mesma região.
Uma operação chegou a ser realizada dois dias depois, em Antares, mas os responsáveis pela incursão alegaram que não tinham sido autorizados a seguir até a Favela do Rola. Apesar da promessa de que as ações de busca seriam reiniciadas no dia seguinte, não houve novas ações para resgatar o corpo de Sérgio.
Na última quinta-feira, dia 31, a noiva do inspetor foi chamada à Divisão de Homicídios (DH), na Barra da Tijuca, também na Zona Oeste. Familiares ficaram otimistas, acreditando que haveria notícias e informações sobre uma nova incursão. No entanto, acabaram decepcionados.
“Pensamos que fosse alguma novidade, mas era para interrogá-la. Eles ficaram perguntando como ele pagava as contas e questionaram se ele tinha envolvimento com milícia”, revelou um amigo do policial, que pediu para não ter a identidade divulgada.
“Estamos revoltados. Ele estava na Polícia Civil há 11 anos. Amava o trabalho dele. Ninguém fala das ocorrências das quais ele participou, das investigações que fez. Não demonstraram qualquer interesse para resgatar o corpo dele e agora ficam querendo desqualificá-lo”, desabafou, ressaltando que o inspetor fazia parte do Regime Adicional de Serviço (RAS) – que remunera policiais com o pagamento de gratificações em troca do trabalho nos horários de folga.
“Por que é que um miliciano vai ficar trabalhando fazendo extra?”, indagou.
Quem tiver qualquer informação que auxilie na localização do corpo do inspetor Sérgio Lopes de Souza Júnior, que era lotado na 50ª DP (Itaguaí), pode ligar para o Disque-Denúncia, através do número 2253-1177. Não é preciso se identificar e o anonimato é garantido.

Por Roberta Trindade/Pauta do Dia
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