O bagaço da cevada pode se tornar um produto de
baixo custo, saboroso e com alto teor de fibras
Os produtos fabricados são simples de produzir e de baixo custo. "-Além de oferecer um destino para rejeitos produzidos nas indústrias sucroalcooleira, de sucos e de cerveja, representa também vantagem econômica para quem produz e para o consumidor, além de ser benéfico para o meio ambiente", explica Carlos Piler, que é Jovem Cientista do Nosso Estado da FAPERJ.
A técnica utilizada para a produção desses alimentos já é conhecida. Apesar do nome pouco sonoro, a extrusão termoplástica é um processo de tratamento térmico, que por uma combinação de calor, umidade e trabalho mecânico, modifica profundamente as matérias primas, dando-lhes novas formas, estruturas e características funcionais e nutricionais.
Os ingredientes são colocados na máquina extrusora com farinha de arroz e preparados separadamente: bagaço da cana de açúcar, da cevada ou a casca de maracujá. Submetidos a altas temperaturas, que podem superar os 120º Celsius na hora do cozimento, o produto, submetido à pressão e cisalhamento, é moldado em formato do snack ou do cereal matinal desejado, que a criançada adora.
"-Para obter diversos efeitos no produto final, podemos alternar a força mecânica e temperatura, e adicionar outros ingredientes. Para que um biscoito fique mais aerado e crocante, por exemplo, incluímos mais farinha de arroz. Esta mistura também é necessária para que os produtos tenham mais sabor, além de melhor textura", diz o pesquisador. Ele acrescenta que a unidade da Embrapa, em Guaratiba, na Zona Oeste, conta com três extrusoras, uma delas considerada uma das mais modernas da América Latina.
O biscoito tipo snack é um dos preferidos das crianças
e pode ser produzido com farinha de arroz e casca de maracujá
e pode ser produzido com farinha de arroz e casca de maracujá
Com a farinha do bagaço da cana, é possível desenvolver pães, biscoitos e sopas. Da mesma forma, o bagaço da cevada, também rico em fibras, pode ser empregado para produzir os mesmos produtos. Já a farinha obtida a partir da casca do maracujá, por meio de extrusão, foi usada para criar bebidas cremosas e biscoitos. Há também um grupo de doutorandos, orientados pelo pesquisador, estudando a formulação de uma bebida nutritiva à base de cereais, entre eles o arroz.
As técnicas desenvolvidas pela Embrapa para a produção de snacks já foram apresentadas em cursos a empresas no estado do Rio. "-Fico muito satisfeito quando vejo que o principal objetivo do meu projeto está sendo atingido: a valorização e utilização de produtos locais e ascensão da indústria nacional, em particular, a fluminense", finaliza Carlos Piler.
Fonte:FAPERJ
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