quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Prefeitura e Ministério da Saúde firmam parceria para combate ao crack

Foto: J.P. Engelbrecht
Ministro Alexandre Padilha garante recursos para ampliação da rede de atendimento e internação involuntária de adultos dependentes químicos

O prefeito Eduardo Paes e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, firmaram parceria na tarde desta quinta-feira (25/10), em Brasília, para a ampliação da rede de atendimento aos usuários de crack no Rio. Padilha apoiou a decisão do prefeito de iniciar a internação involuntária de adultos em casos severos de dependência química e garantiu recursos para a instalação da rede de acolhimento. Técnicos do Ministério vão auxiliar a Prefeitura do Rio na elaboração do protocolo de atendimento, respaldado por lei federal que garante ao profissional de saúde a decisão de, após avaliação clínica, internar pacientes que correm risco de morte. Também participou da reunião o secretário municipal de Saúde e Defesa Civil, Hans Dohmann.

- O Ministério está garantindo o apoio à Prefeitura do Rio para ampliar todos os serviços necessários para cuidar de forma adequada dos dependentes químicos e de seus familiares. A pedido do prefeito Eduardo Paes, vamos instalar mais consultórios de rua, unidades de acolhimento para internação, leitos psiquiátricos e convênios com comunidades terapêuticas. O prefeito ainda vai nos apresentar um detalhamento dessa nova demanda, mas já garantimos recursos para ampliarmos essa rede de cuidados e internação no Rio – disse o ministro Alexandre Padilha, acrescentando que a internação involuntária é amparada por lei federal:

- Nós apoiamos e ficamos muito felizes com a preocupação do prefeito de que as pessoas que estão sob risco de vida sejam internadas em local adequado. Há uma lei federal que ampara o profissional de saúde ao avaliar uma pessoa que corre risco de vida a realizar a internação dessa pessoa. O ministério vai ajudar a prefeitura a detalhar esse protocolo de atendimento e a montar essa rede de cuidados, com objetivo de salvar a vida do dependente e aliviar o sofrimento de seus familiares.

Paes, que vai apresentar o novo modelo de atendimento no início de novembro, disse que pretende instalar 600 vagas, em caráter emergencial, para internação de adultos:

- A internação é uma decisão política de fazer o que já temos feito com crianças e adolescentes, que num quadro de dificuldade como o do crack tem sido bem sucedido, e ampliar também para adultos. Para isso, nós temos que ampliar muito a nossa rede de atendimento, e todas as necessidades que estamos identificando o ministério vai estar junto da prefeitura ajudando a pagar essa conta. O que nós queremos é que a pessoa diagnosticada sem condição de tomar decisão por si própria e que esteja em risco possa ser internada para salvar sua vida.

Atualmente, a prefeitura oferece atendimento para dependentes químicos em três consultórios de rua e 20 Centros de Assistência Psicossocial (CAPS) na cidade, sendo que quatro são para atendimento a menores de idade, dois para usuários de álcool e drogas e dois com funcionamento 24 horas. Além disso, são oferecidas 422 vagas para abrigamento de moradores de rua e dependentes adultos na Unidade Municipal de Reinserção Social Rio Acolhedor, em Paciência, e 100 vagas em unidades conveniadas da rede particular; 178 vagas para abrigamento compulsório de crianças e adolescentes, em seis unidades; e 60 leitos para emergência psiquiátrica em unidades municipais de saúde.
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