O carioca Ventolídio José
é um promissor diretor de cinema. Dirigiu alguns curta-metragens e
sempre batalhou muito para conseguir ir à frente com seus projetos.
Quando estava filmando o curta Reggae na Praça, junto com seu amigo Tiago Araújo, decidiram criar o Novo Cinema Marginal, produtora
independente com sede administrativa em Mesquita, na baixada
fluminense. Para falar sobre sua carreira e o universo da sétima arte,
fomos entrevistar esse jovem entusiasta do nosso cinema.
1) Como foi dirigir o curta metragem Banco da Praça? Como surgiu a idéia do projeto?
É
o meu primeiro projeto no mundo audiovisual, era um exercício de aula
da oficina de documentário no Cinema Nosso. Fomos separados em 7 grupos
de 3 pessoas e, por sorteio, pegamos O Banco como tema. Marcos Bala
fez uma poesia na sala e, na praça da Cruz Vermelha, consegui absorver
algumas imagens para representar o que ela dizia. O filme original tem
apenas 1minuto e foi gravado com celular. O professor da oficina
escolheu esse curta entre outros pra ser inserido no filme Norte
americano “Nós do cinema”, do diretor Finn Yarbrough, produção earth house
(EUA) e co-produção Cinema Nosso (BRA). Esse filme foi para um festival
nos EUA. O CN não me deu uma cópia do meu curta, então retirei do
próprio doc norte-americano e adaptei as cenas da filmagem do curta;
junto e através do my space escolhi, a música Mudo da banda Cinzel para compor a trilha sonora. Com a aprovação da banda, o filme esta no youtube com 3 minutos.
2)
Conte sobre esse novo documentário Curta de Arquivo, que você está
fazendo com o apoio da Recine, relacionado à Itália no Rio de Janeiro?
Disputei
50 vagas com mais de 250 pessoas pra produzir um dos 10 filmes com
imagens do arquivo nacional do RJ para o Recine festival, que ocorre em
novembro, no arquivo nacional do RJ. O tema é onde está a Itália no
Brasil. Nós, do NOVO CINEMA MARGINAL, vamos abordar a influência
italiana no anarquismo brasileiro. O filme já esta inscrito no Recine e
com possibilidade de ir para a Itália. É um documentário-curta de 8
minutos.
3) O que é cinema para você?
É
uma manifestação artística, cultural e muitas vezes social. É um grito
embargado que sai da garganta, a mais completa forma de expressão
criada pelo homem, já que envolve várias artes em uma só e pode ser
veiculada para um grande público no vários festivais espalhados pelo
Brasil e até na internet e, claro, na tão sonhada grande sala de cinema.
4) Próximos projetos? Será que vai pintar um convite para algum longa-metragem? O que você pode adiantar para nós?
Tenho
3 projetos em andamento: um documentário sobre a praia de Sepetiba, em
andamento, captando imagens há 1 ano e esperando uma obra da praia
terminar – acredito que ainda vai levar mais um ano para encerrar. Um
doc. chamado O Velho Homem do Mar, que conta a
história de vida de um pescador. Espero finalizar até o final do ano. E
um filme sobre mal de parkinson, que só precisa de mais uma filmagem
pra finalizar. Também tenho conversado com um parente de uma grande
personalidade do cinema nacional, que hoje tem uma doença degenerativa,
e pretendo fazer um documental sobre ele também. Acredito que estou
evoluindo cada vez mais, um longa é inevitável, mas ainda não vejo
pressa, estou documentarista e ainda nem migrei para o mundo ficcional,
mas em breve estarei nas telonas, eu garanto.
5) Ainda é muito difícil conseguir dinheiro (incentivo/patrocínio) para rodar um projeto desse tipo no Brasil?
Como produtora independente é difícil sim. Para nossos últimos projetos, “Tambores e Metais” e “Reggae na Praça”, que são nossos filmes de 2010, não conseguimos apoiadores financeiros e nem registramos na Ancine,
mas ainda assim tem tido boa aceitação em festivais. Sem apoio
conseguimos dar continuidades aos nossos projetos até hoje e a tendência
é cada vez ficar mais fácil.
6)Mande uma mensagem aos cinéfilos leitores desse site.
Somos
altamente influenciados pelo cinema novo e pelo cinema marginal,
movimentos que deram grande força ao cinema nacional. Somos admiradores
do trabalho de Dib Luft, “uma câmera na mão”, e de Glauber Rocha, “uma idéia na cabeça”: vivenciamos um cinema experimental.
Já
faz tempo que o cinema não é mais apenas para alta classe, qualquer um
pode ter aulas gratuitas em uma oficina de Áudio Visual em alguma Ong,
todos podem ter acesso a uma filmadora handycam, e a um
computador com programa básico de edição de vídeos. Os festivais se
espalharam pelo mundo a fora e, antes de procurar a qualidade
profissional, já se pode arriscar uns primeiros passos de forma
alternativa, se você tem amor pela sétima arte: você pode ser o próximo
revolucionário do cinema brasileiro.
Fonte: Plus TV
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