sábado, 30 de julho de 2011

Fábrica de fogos de artifício explode em Itaguaí

Polícia e Bombeiros vistoriam fábrica que explodiu

Agentes da Divisão de Fiscalização de Armas e Explosivos (DFAE), da Polícia Civil, o Exército e o Corpo de Bombeiros passaram todo o dia de ontem na fábrica de fogos de artifício Imperador, que explodiu na tarde de anteontem matando duas pessoas e ferindo quatro. A fábrica, situada na Rua São Carlos, no bairro Ueda, foi parcialmente destruída. O barulho foi tão intenso que assustou moradores, e muitos chegaram a passar mal.

O Exército mandou para o local a seção que controla os produtos explosivos, que junto com os peritos da Polícia Civil e dos Bombeiros, trabalhou na avaliação do risco de possíveis explosões. Muito material, como morteiros, ficou intacto, como constatou o Tenente-Coronel Ernani Mota, comandante do Grupamento dos Bombeiros de Angra dos Reis. Segundo testemunhas, a fábrica funcionava há muitos anos no local e de acordo com os Bombeiros tinha licença para operar normalmente.

Passavam das 16 horas, quando a vizinhança escutou um estrondo intenso e logo em seguida fogo e fumaça. Na hora trabalhavam cerca de sete pessoas, a maior parte mulheres.  A violência foi tamanha que o dono da fábrica, Marcos José Ferreira, o “Marquinhos”, muito conhecido em Itaguaí e região, teve partes do corpo dilaceradas e morreu na hora. Junto com ele estava Sueli Cândida Pereira, de 38 anos, que teve o corpo totalmente queimado e morreu antes da chegada da ambulância.  Outra funcionária, Ana Maria Souza, de 44 anos, teve 95% do corpo queimados e está em estado gravíssimo no Centro de Tratamento de Queimados do Hospital Souza Aguiar, no Rio.

Mais duas funcionárias, identificadas como sendo Débora Aparecida Azevedo, 33 anos, e Ana Lúcia de Oliveira Monte Pereira, 38, estão internadas com queimaduras de segundo grau no Hospital Miguel Couto, na Gávea. Outro funcionário chegou a ser medicado no local tendo apenas ferimentos leves, e foi liberado.

O atendimento aos feridos chegou a fechar a Rio-Santos por quase uma hora, quando dois helicópteros do Corpo de Bombeiros iniciaram o procedimento de resgate das vítimas, levando-as diretamente para os hospitais Souza Aguiar e Miguel Couto, porque o hospital de Itaguaí, o São Francisco Xavier, não estaria preparado para recebê-los devido a gravidade dos ferimentos.

Drama do vidraceiro

Alexsandro Cândido Pereira, irmão de Sueli e marido de Ana Lúcia, não esquecerá as cenas que testemunhou quando entrou na fábrica, tão logo aconteceu o acidente. “Cheguei logo depois da explosão. Apaguei o fogo no corpo da minha mulher com a minha camisa e fiquei com a minha irmã. Pelo estado em que estavam não poderia colocar em um carro. Minha irmã morreu em minhas mãos”, contou emocionado.

Celso Cântido Pereira, 48 anos,  irmão de Sueli, diz que trabalhava na fábrica há seis anos e contou que o seu patrão era cuidadoso na segurança, sempre alertando os funcionários para terem atenção no trabalho. “ O meu patrõazinho sempre estava perto olhando, e agora eu o vejo morto junto com a minha irmã”, lamentou, acrescentando que Sueli era mãe de três filhos pequenos.

O morador Ronaldo Rosa da Fonseca, 28 anos, contou que estava em casa vendo televisão que ouviu a explosão cujo impacto balançou tudo na sua casa. O mesmo aconteceu com Cleonice Silva, 46 anos, que chegou a pensar que a casa iria desabar. “Eu estava com os meus filhos. Graças à Deus foi só um susto”, observou.

Ademir Soares dos Santos, 53 anos, tentou socorrer as vítimas da explosão em sua caminhonete. “Eu coloquei algumas delas na carroceria e quando ia descendo a rua nos encontramos com os Bombeiros que vinham chegando. Foi Deus que me deu forças para ir ao local da explosão”, contou.

Outra explosão

Sebastião Duque, de 40 anos, que mora a 400 metros da fábrica de fogos, disse que esta não seria a primeira explosão. Na primeira vez, o estouro quebrou os vidros da janela de sua casa. No entanto, Sebastião fez questão de frisar que Marcos José Ferreira sempre foi correto e pagou os prejuízos causados em sua residência. “Ele era um homem muito certo com tudo”, destacou.

Fotos e reportagem: Carlos Roberto
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