“Aberração”. Foi essa a palavra usada pelo deputado federal
Alessandro Molon (PT-RJ) ao assistir o vídeo em que policiais civis
forjam um auto de resistência na Favela do Rola, em Santa Cruz. O
parlamentar afirmou que levará o caso até a Comissão de Segurança
Pública da Câmara, da qual é vice-presidente.
- É importante
analisar que ações tomar para evitar ou dificultar que isso continue
acontecendo no Rio ou no resto todo do país - disse Molon,
acrescentando: - Fica claro que o local do crime é todo desfeito,
impedindo uma perícia adequada. Não há nenhuma justificativa para aquele
ato. Isso é uma aberração.
Além de trazer o tema à tona na
Comissão, o deputado federal prometeu remeter o vídeo ao promotor
responsável pelo processo. Todas as cinco mortes na data em questão, 16
de agosto de 2012, foram registradas como autos de resistência.
-
Não sabemos se essas imagens já fazem parte do inquérito, mas elas
precisam ser anexadas e analisadas. É importante até para o promotor
decidir pelo que serão denunciados os envolvidos neste crime.
Molon também comentou o uso de câmeras durante operações policiais:
-
É essencial que sejam obrigatórias e controladas. Só filmar não basta -
afirmou o deputado, prometendo medidas para regulamentar esta questão: -
Vou apresentar um projeto de lei para que, em toda operação policial,
pelo menos um membro da equipe tenha uma câmera acoplada em seu uniforme
e que seja obrigatória a anexação das imagens ao inquérito toda vez que
houver lesão corporal ou óbito. É a partir das imagens que o delegado e
o promotor vão poder formar convicção para o inquérito. Isso aumenta o
controle e aumenta a legalidade das ações policiais, produzindo provas
que condenem os que praticaram crimes, mas também para inocentar quem
não os comete. É ruim para os maus policiais, bom para os bons
policiais. Nos Estados Unidos, em uma série de estados, isso já é
obrigatório, para servir de defesa aos bons policiais e, por outro, para
punir os maus policiais. No Brasil, na Lei Seca, a operação já é toda
filmada, para poder filmar os desacatos e evitar ainda que algum agente
se beneficie de alguma propina.
Fonte: Jornal Extra
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