A
exposição “Pelas Ruas e Calçadas – Comércio Informal e Ambulante,
Ontem e Hoje”, produzida pelo Museu Histórico Nacional em parceria com o
Serviço Social do Comércio / SESC chega à Santa Cruz. A partir do dia
05 de agosto a exposição será aberta para visitação na Casa SerCidadão,
das 9h às 15h e ficará em cartaz até o dia 23 de setembro.
A
exposição é composta de reproduções fotográficas do Arquivo Histórico
do MHN, além de fotos especialmente feitas para a exposição.
Quem
nunca viu ou ouviu falar do mascate, do lambe-lambe, do quiosque, do
burro sem rabo, da baiana e suas cocadas, do garrafeiro, do amolador de
facas, do menino vendedor de jornais, do camelô?
Não
há cidade ou vila cujas ruas e calçadas não tenham sido palco do drama
cotidiano de ambulantes e feirantes, que com sua algazarra, gritos e
pregões enchiam o ar, exercendo uma forma de comércio tão antiga,
assistemática e não-formal, em busca da sobrevivência. Intimamente
ligado à vida e à evolução das próprias cidades brasileiras, esse tipo
de comércio é o tema da exposição.
São
reproduções fotográficas, realizadas a partir de iconografia do acervo
do Museu Histórico Nacional, que documentam os aspectos e flagrantes
da atividade comercial desenvolvida nas ruas, praças e calçadas das
principais cidades brasileiras, com especial ênfase para o Rio de
Janeiro, do século XIX até os nossos dias. A exposição permite, ainda, a
reflexão sobre uma das formas mais tradicionais e pitorescas do
comércio no Brasil.
A
exposição é dividida em três módulos. O primeiro módulo – “O comércio
se movimenta sobre a cabeça dos escravos … e também sobre a cabeça dos
imigrantes” – mostra que até o século XIX, a maior parte do comércio de
comestíveis era feita por escravos, o que foi bem documentado por
Debret. De porta em porta, eles iam vendendo de tudo: leite, aves,
frutas, cana de açucar, banha cheirosa para o cabelo, carnes defumadas e
tripas, pão-de-ló, lingüiças, sonhos, café torrado, refrescos.
Vendiam-se,
ainda, cadeiras, cestos e serviços de barbeador e carregador. Já Marc
Ferrez retrata, por volta de 1895, os imigrantes, ou “gringos” –
portugueses, espanhóis, árabes, italianos e judeus -, que vieram
trabalhar na lavoura e terminaram no comércio informal, vendendo pão
doce, cebola, verduras, bengalas e guarda-chuvas, miudezas e jornais.
Muitos sonharam e poucos conseguiram transformar o negócio ambulante em
comércio sistemático e bem estabelecido.
O
burburinho das ruas e feiras, as mercadorias levadas em carroças, nos
lombos dos animais e nas costas e braços dos vendedores, os pregões
usados para atrair os fregueses (“laranja seleta, quem não sabe ler
soletra”, “olha a melancia, dona Maria, panela no fogo, barriga
vazia”!), os quiosques, onde o povo comia broas e frituras e bebia
cachaça nas folgas do trabalho …. Tudo isto está no segundo módulo –
“Feiras, mercados e quiosques” -, sob a objetiva dos fotógrafos Jean
Gutierrez e Augusto Malta. Gutierrez retratou, em 1890, os diversos
aspectos da feira instalada em frente ao mercado, no Rio de Janeiro, e
Malta, os diversos quiosques espalhados pela cidade.
No
terceiro módulo – “O Cotidiano de Nossa Cidade: camelôs, trailers e
carrocinhas” – vemos a permanência e /ou a transformação de algumas
modalidades do comércio informal e ambulante de nossos dias, através
das fotos de Hugo Leal, que documentou alguns dos cento e cinquenta mil
ambulantes em atividade no município do Rio de Janeiro. Os originais
integram a coleção do Arquivo Histórico do Museu. A exposição
itinerante é composta de 55 quadros de 60 X 50cm e maiores detalhes
podem ser obtidos através do telefone (0xx21) 2550-9259. A SerCidadão
disponibiliza guias para acompanhamento de grupos, o agendamento pode
ser feito pelo telefone (21) 2221-8830.
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