sábado, 30 de julho de 2011

Exposição leva Museu Histórico à Santa Cruz

A exposição “Pelas Ruas e Calçadas – Comércio Informal e Ambulante, Ontem e Hoje”, produzida pelo Museu Histórico Nacional em parceria com o Serviço Social do Comércio / SESC chega à Santa Cruz. A partir do dia 05 de agosto a exposição será aberta para visitação na Casa SerCidadão, das 9h às 15h e ficará  em cartaz até o dia 23 de setembro.

A exposição é composta de reproduções fotográficas do Arquivo Histórico do MHN, além de fotos especialmente feitas para a exposição.

Quem nunca viu ou ouviu falar do mascate, do lambe-lambe, do quiosque, do burro sem rabo, da baiana e suas cocadas, do garrafeiro, do amolador de facas, do menino vendedor de jornais, do camelô?

Não há cidade ou vila cujas ruas e calçadas não tenham sido palco do drama cotidiano de ambulantes e feirantes, que com sua algazarra, gritos e pregões enchiam o ar, exercendo uma forma de comércio tão antiga, assistemática e não-formal, em busca da sobrevivência. Intimamente ligado à vida e à evolução das próprias cidades brasileiras, esse tipo de comércio é o tema da exposição.

São reproduções fotográficas, realizadas a partir de iconografia do acervo do Museu Histórico Nacional, que documentam os aspectos e flagrantes da atividade comercial desenvolvida nas ruas, praças e calçadas das principais cidades brasileiras, com especial ênfase para o Rio de Janeiro, do século XIX até os nossos dias. A exposição permite, ainda, a reflexão sobre uma das formas mais tradicionais e pitorescas do comércio no Brasil.

A exposição é dividida em três módulos. O primeiro módulo – “O comércio se movimenta sobre a cabeça dos escravos … e também sobre a cabeça dos imigrantes” – mostra que até o século XIX, a maior parte do comércio de comestíveis era feita por escravos, o que foi bem documentado por Debret. De porta em porta, eles iam vendendo de tudo: leite, aves, frutas, cana de açucar, banha cheirosa para o cabelo, carnes defumadas e tripas, pão-de-ló, lingüiças, sonhos, café torrado, refrescos.

Vendiam-se, ainda, cadeiras, cestos e serviços de barbeador e carregador. Já Marc Ferrez retrata, por volta de 1895, os imigrantes, ou “gringos” – portugueses, espanhóis, árabes, italianos e judeus -, que vieram trabalhar na lavoura e terminaram no comércio informal, vendendo pão doce, cebola, verduras, bengalas e guarda-chuvas, miudezas e jornais. Muitos sonharam e poucos conseguiram transformar o negócio ambulante em comércio sistemático e bem estabelecido.

O burburinho das ruas e feiras, as mercadorias levadas em carroças, nos lombos dos animais e nas costas e braços dos vendedores, os pregões usados para atrair os fregueses (“laranja seleta, quem não sabe ler soletra”, “olha a melancia, dona Maria, panela no fogo, barriga vazia”!), os quiosques, onde o povo comia broas e frituras e bebia cachaça nas folgas do trabalho …. Tudo isto está no segundo módulo – “Feiras, mercados e quiosques” -, sob a objetiva dos fotógrafos Jean Gutierrez e Augusto Malta. Gutierrez retratou, em 1890, os diversos aspectos da feira instalada em frente ao mercado, no Rio de Janeiro, e Malta, os diversos quiosques espalhados pela cidade.

No terceiro módulo – “O Cotidiano de Nossa Cidade: camelôs, trailers e carrocinhas” – vemos a permanência e /ou a transformação de algumas modalidades do comércio informal e ambulante de nossos dias, através das fotos de Hugo Leal, que documentou alguns dos cento e cinquenta mil ambulantes em atividade no município do Rio de Janeiro. Os originais integram a coleção do Arquivo Histórico do Museu. A exposição itinerante é composta de 55 quadros de 60 X 50cm e maiores detalhes podem ser obtidos através do telefone (0xx21) 2550-9259. A SerCidadão disponibiliza guias para acompanhamento de grupos, o agendamento pode ser feito pelo telefone (21) 2221-8830.
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