Qual
o conceito de vaidade? A vaidade consiste em uma estima exagerada de
si mesmo ou de suas posses, uma afirmação esnobe da própria identidade.
É considerado um dos sete pecados capitais, sendo o mesmo pecado
associado à orgulho excessivo e arrogância. A vaidade é mais utilizada
hoje para estética, visual e aparência da própria pessoa. A imagem de
uma pessoa vaidosa estará geralmente em frente a um espelho, a exemplo
de Narciso.
Paralelamente
o filósofo Tomás de Aquino discorre sobre este assunto considerando
que a vaidade é um problema tão grandioso que era fora de série,
devendo ser tratado em separado do resto e merecendo uma atenção
especial. Aquino tratava em separado a questão da vaidade, como sendo
também um pecado, mas a Igreja Católica decidiu unir a vaidade à
soberba, acreditando que neles havia um mesmo componente de vanglória,
devendo ser então estudados e tratados conjuntamente.
A
grande verdade é que apesar das inestimáveis conquistas científicas e
tecnológicas, o homem, este ser racional, ainda não aprendeu a conhecer
a si próprio e aos seus semelhantes. Ainda não aprendeu as lições
básicas do amor na acepção ampla do termo. E desta forma, o homem ainda
não está em condições de ser totalmente feliz, devido à falta de
conhecimento sobre ele mesmo. Após esta consideração pode-se concluir
que um dos grandes defeitos do homem é a vaidade, pois o homem cresce em
proporções geométricas, enquanto suas virtudes andam a passos de
tartaruga. O homem vaidoso somente gosta das pessoas e das coisas
materiais quando essas coisas ou pessoas se transformam em verdadeiros
espelhos e refletem a sua própria imagem. Também há outros espelhos, por
extensão do termo, em que se mira o homem vaidoso. Os espelhos das
opiniões a seu respeito e que acaba por tornar uma pessoa vaidosa
escrava de sua própria imagem perante seus semelhantes.
Mas
em nossa vida existem espelhos muito mais importantes e que na maioria
das vezes o homem vaidoso acaba por não enxergar. Seriam os espelhos
morais e éticos que muitas vezes frente à ganância e sede pelo poder o
homem acaba por atravessar a vida terrena sem se deparar de forma
reflexiva para aprender sobre estes conceitos. O vaidoso não olha para
os seus semelhantes no intuito de querer vê-los, por dentro, descobrir
ou interessar-se por suas necessidades.
Ele
aguarda, apenas, o reconhecimento do próximo ao descobrir o que ele
pensa a seu respeito. Certamente a vaidade é decorrente do orgulho. O
ser vaidoso não conhece a palavra nós, pois ele somente pensa na
palavra eu. Eu, as minhas coisas, os meus problemas, as minhas
realizações. Há pessoas que só parecem ver o seu próprio rosto. Não
conhecem ninguém profundamente. Os pensamentos e idéias dos outros não
lhe interessam, não fazem qualquer sentido. Seus pensamentos são muito
mais importantes, mais lógicos, guardam maior sentido. O homem, na
maioria dos casos é o próprio causador dos seus infortúnios; mas, em vez
de reconhecê-lo, acha mais simples, menos humilhante para a sua
vaidade, acusar a sorte, a Providência Divina ou a má estrela.
A
vaidade, sorrateiramente, está quase sempre presente dentro de nós. É
muito sutil a manifestação da vaidade no nosso íntimo e não é pequeno o
esforço que devemos desenvolver na vigilância, para não sermos vítimas
daquelas influências que encontram apoio nesse nosso defeito. O
perigo, no entanto, reside nos excessos e no desconhecimento das
fronteiras entre os impulsos de idealismo, por amor a uma causa nobre, e
os ímpetos de destaque pessoal, característicos da vaidade. O escritor
e jornalista Gustavo Corção, em “Lições de Abismo”, resume o perfil do
vaidoso, segundo o qual: “todas as coisas, todas as opiniões, são como
o espelho de sua própria importância, da sua própria face, que para
ele é a grande, a única realidade, em torno da qual o mundo inteiro é
uma imensa moldura”.
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